“A ideia de uma universidade inovadora enfatiza a necessidade de construir instituições capazes de se transformarem permanentemente, aptas para atender aos grandes desafios de nosso tempo e nossas sociedades”, asseverou o doutor Rodolfo Alarcón Ortiz, ministro da Educação Superior, na conferência inaugural do 10º Congresso Internacional Universidade 2016, que começou em 15 de fevereiro no teatro Karl Marx, de Havana, com a presença do primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.
Sob o título “Universidade Inovadora por um desenvolvimento humano sustentável: olhando o ano 2030”, a dissertação do titular marcou as pautas para compreender esse conceito a partir de uma visão mais abrangente e de acordo com os objetivos de desenvolvimento humano e sustentável e contraposta à lógica neoliberal que o compreende como a instituição dedicada “a fazer negócios, a capitalizar o conhecimento”.
No entanto — disse — a “universidade inovadora” é a que “se reforma permanentemente, enriquecendo seu modelo de gestão, para cumprir melhor sua função social mediante a sinergia das atividades de formação, pesquisa e a extensão universitárias, ligadas sempre à sociedade; universidade que favorece os processos de acesso, permanência e formação dos estudantes”.
O titular do setor referiu-se às demandas chaves que derivam desse desafio, como atualizar sistematicamente os planos de estudo, as formas de ensino, os métodos de avaliação, a incorporação da tecnologia, democratizar a vida universitária e impulsionar a transdisciplinariedade. Igualmente, insistiu em que não é uma questão meramente técnica, mas que abrange a formação de cidadãos cívicos, comprometidos com suas sociedades e prontos para a aprendizagem ao longo da vida.
Sob essas premissas se desenvolverá o Congresso Universidad 2016, que tem sido conformado — segundo as palavras do doutor Omar Herrera Martínez, secretário executivo do Congresso — a partir de mais de 3,7 mil trabalhos recebidos e avaliados por seu comitê científico, o que finalmente escolheu mais de 2,1 mil. Ainda, prestigiam o programa científico do evento as conferências magistrais de Frei Betto, Atilio Borón, Ignacio Ramonet e José Manuel Ramos Horta, prêmio Nobel da Paz e ex-presidente do Timor Leste.
Por sua parte, o doutor Qiang Tang, vice-diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), agradecieu o convite ao evento e lembrou a visita do general-de-exército Raúl Castro, presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros à sede desse organismo, há duas semanas, e na qual ofereceu a colaboração de Cuba para promover esses temas. “Mais uma vez, em nome da Unesco, desejo agradecer ao governo de Cuba por seu compromisso de desenvolver a Educação Superior na região”, manifestou.
Na inauguração participaram, ademais, Olga Lidia Tapia, membro do secretariado do Comitê Central do Partido; os titulares da Educação e da Cultura, Ena Elsa Velázquez e Julián González, respectivamente; Ulises Guilarte de Nacimiento, secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba, e Jennifer Bello Martínez, membro do Conselho de Estado e presidenta nacional da Federação Estudantil Universitária.
