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Especialista japonesa alerta para a importância de cuidados geriátricos baseados na filosofia Humanitude

“Portugal devia ter uma unidade-piloto com base na filosofia Humanitude, que permite cuidados humanizados a idosos.” O mote foi lançado por Miwako Honda, diretora da Divisão de Investigação em Geriatria do National Hospital Organization Tokyo Medical Center, que se deslocou a Portugal.



A responsável japonesa foi oradora na II Conferência Internacional Cuidar com Humanitude, que se realizou na Escola Superior de Enfermagem da Universidade de Coimbra. Miwako Honda deu a conhecer a filosofia Humanitude, que se caracteriza por “prestar cuidados de elevada qualidade, que melhoram a relação entre o utente e o cuidador, evitando o sofrimento de ambos.” Na prática, “passamos a ter gestos que respeitam os utentes, acompanhando as pessoas até ao fim, respeitando a sua individualidade”.

No Japão, a Humanitude chegou, em 2012, através dos seus mentores franceses, Rosette Marescotti e Yves Gineste. “Em seis meses, verificou-se uma mudança estrondosa na forma de prestar cuidados, com várias pessoas interessadas, nomeadamente investigadores e os media.”

A conferência abordou várias temáticas relacionadas com os idosos, dando a conhecer projetos portugueses, e não só, que se destacaram pela qualidade de vida na idade geriátrica.



A francesa Sabine Soubielle, formadora e autora do conceito “Gastronomia holística”, também esteve presente na conferência de Coimbra e, no dia anterior, num workshop sobre “Cuidar em Humanitude – princípios, operacionalização e experiências”, que se realizou no ISCTE, em Lisboa.

Em declarações à Just News, referiu que “o mais importante é respeitar o idoso, evitar a solidão e a sensação de inutilidade e permitir que a pessoa viva onde e como deseja”. E deixou um exemplo: “Por que é que todos os idosos, que estão num lar, têm de acordar à mesma hora?”



Em Portugal, a filosofia Humanitude é representada pelo Instituto Gineste-Marescotti Portugal que, entre outras atividades, dá formação a cuidadores. “O objetivo futuro é levar esta nova forma de prestar cuidados humanizados logo às escolas e faculdades”, segundo Rafael Alves, um dos seus responsáveis.

Quem já aplica esta filosofia é o Centro Social e Paroquial de São João de Arroios, em Lisboa. “Tudo começou há três anos e a dignidade humana e o respeito pela individualidade já existia, mas havia uma necessidade de profissionalizar estas questões”, segundo Marta Silva, assistente social daquela instituição.

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